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domingo, 12 de dezembro de 2010

Presença de Espírito

Talvez seja difícil acreditar, mas o ócio, o "ficar de bobeira", de papo-pro-ar, pode nos entristecer. A explicação é simples: sem esforço, sem conquistas, sem satisfação.

Uma pesquisa demonstrou que nossos momentos mais felizes ocorrem quando estamos concentrados em algo, pode ser um jogo, pode ser uma atividade qualquer ou uma boa conversa (e o sexo ficou em primeiro lugar!). Por outro lado, somos menos felizes quando estamos sem fazer nada ou em uma atividade repetitiva, o que nos faz devanear, perder o contato com com o aqui e agora, perder a "presença de espírito" e ter pensamentos negativos: "Bem que eu podia ganhar na loteria..."

Não há conquistas no ócio e na mesmice. Não superamos desafios. Não por acaso os domingos costumam ser dias tediosos, mais ainda nos chuvosos. As pessoas querem descansar. O problema é que querem descansar demais. Sombra e água fresca - quem diria? - é a receita para a infelicidade.

Costuma ocorrer a seguinte sequência quando um cliente me procura aos domingos: pergunto o que deseja com um inegável tom de "Putz, hoje?" > tento dissuadí-lo a querer o problema resolvido no mesmo dia alegando que talvez não tenha todos os materiais para realizar o serviço > após um breve apelo do cliente, lembro que não estava fazendo nada mesmo e não custa olhar com mais atenção para ver se posso resolver no momento.

O cliente aguarda, pego as ferramentas para identificar o problema e o que era um transtorno se transforma em um sequência de conquistas. Problema identificado. Passo o orçamento que é aceito. Não era tão ruim quanto poderia ser. Todos ficamos satisfeitos. Eu ia ficar depressivamente ocioso até não sei quando, agora tenho um "passatempo" e serei pago por ele!

Ops! Meu produto não é exatamente igual, vou precisar fazer uma adaptação. Preciso me concentrar para não errar. Deu certo! Basta acabar de montar, instalar e testar. All systems go! Uma choradinha no prazo do cheque, um aperto de mão e todos ficamos contentes.

Minha mãe era uma simples dona de casa. Bem que eu achava engraçado ela mudar a posição dos móveis com tanta frequência. Agora suspeito o motivo: estava em busca de alguns momentos de felicidade :D

E, claro, ter redigido esse post me deixou feliz (estava sem fazer nada, rsrs).

Hmm... Parece que meu quarto tá precisando ver uma vassoura...

(para saber mais: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/11/mentes-divagantes-tornam-pessoas-infelizes-conclui-pesquisa.html)

***

PS: vai parecer mentira, mas mal acabei de postar e chegou outro cliente (agora são 21:20h). Problema resolvido. Ah, que felicidade!

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